segunda-feira, 24 de março de 2014

vooema

[...]

Eu nunca escrevi um poema sequer para querer ser lido. Sempre escrevi para voar. Quando aprendi a escrever, na verdade, me foi ensinado a voar. E voar aos seis anos se faz sem rotas, sem fronteiras, sem medo. Bater asas aos 29 é mais perigoso. A gente sente tanta ânsia, tanta vertigem, contanto com uma pequena vantagem: os desenhos nas nuvens fazem mais sentido. Vemos nossa vida projetada em full-HD nessa imensa tela de algodão. Admiro um dragão. Será que ele vai engolir meu orgulho? Mergulho em outra imagem: quem aparece é seu rosto. Como você mudou! Agora é seu sorriso que se mostra. Sorrio de volta. Seu adeus entra em cena e acena. Recuso-me a devolver o gesto de despedida. Gosto quando você vive em mim. Se eu chorar, vai chover.
Engraçado: mesmo aqui, a dez mil pés, penso em quando eu ainda dormia em suas mãos, ali, a dez centímetros do seu peito. Elas formavam uma espécie de pequeno travesseiro. Acredite: era o travesseiro mais confortável já inventado pela humanidade. A essa altura, não adianta se lamentar. O passado ficou para trás em itálico, o presente é seu NOME escrito em caixa-alta, e o futuro em negrito é um risco – em todos os sentidos.
Senhora passageira, lamento informar:
Nosso amor foi uma espécie de ponte aérea, com escala em tantas tentativas. Em algum momento dessa viagem poética, entre Dumont e Drummond, desviamos da zona de turbulência, mas perdemos a conexão.
Preciso pousar o ponto final.
Pela tensão, obrigado.
[Eu me chamo Antônio]

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

palavra bonita. Volta!

O amor parece ter nascido aqui nesse leito sereno para depois morrer confuso, ali, no seu peito ausente. Talvez nada lhe falte e até sobre verdade sobre a mesa do jantar que não jantamos ontem. Talvez até sobre um recado no bolso do paletó, que diz que a paixão é um pequeno pecado doido para ser perdoado. Eu perdoei loucamente todos os seus pecados: um por um, dores por dores, sentimentos por sentimentos. Talvez ainda reste um resto de eu te amo enrolado neste guardanapo que roubei do balcão do meu bar predileto… Na gaiola invisível ainda ouço a liberdade se prender ao canto do curió – meu pássaro favorito! Curiosos são aqueles que querem a verdade, o que eu quero é ver, rever, berrar: reverberar!

Ainda me lembro do dia em que dissemos: seremos felizes até que a poesia nos repare. Primeiro, você riu, eu gargalhei e nós casamos. Depois, eu li, você ouviu e, nus, transamos. Por fim, eu lembrei, você se esqueceu e nós cansamos. Hoje, ainda que me falte você, nunca me faltará poesia. Um poema é o próprio abandono descrito em versos, diversas vezes. É o poeta em estado onírico implorando em rimas, alexandrinos, decassílabos decadentes: “Volta para mim, palavra bonita. Volta!”. Seu mundo sempre foi confuso, uma mistura moderna de Garcia Márquez com qualquer pintura de Velásquez. Você só parece amar quem pisoteia nos seus sonhos, quem tapa os seus sorrisos com lágrimas, quem lhe abandona sem roupa, sem mundo, sem beijo. Veja só: As Meninas na corte do rei parecem cortejar o seu coração. Corta a cena: seu azar foi ter vivido Cem anos de Solidão em uma única relação. Talvez por isso nada lhe emocione mais: nem o piano que toca algumas notas de jazz, nem o coração em guerra que, 
no peito, hasteia uma bandeira de paz. Talvez por isso nada lhe interesse mais: nem as cartas nem as caras de amor. Todas elas são ridículas, já dizia o poeta, todas elas são partículas de sentimento que não insiste mais… Contudo ainda me pego algumas vezes tateando uma sombra incompreensível que fala e que fuma e que finge estar viva. Só finge! Uma sombra precisa de luz para ser viva. Um amor precisa de vida para reluzir. Eu preciso de ambos para existir.


Agora podemos ir, dobrar uma esquina qualquer, reconhecer que a vida tem seus tropeços, seus problemas e seus soluços. E soluços nada mais são do que palavras que morreram engasgadas na vontade de dizer. O tempo dirá, o remorso roerá, o cigarro apagará e eu tenho a mais absoluta certeza que outra beleza menos confusa e mais clara amanhecerá no meu mundo para me amar como eu não te amei.

E se você foi covarde, tudo bem… Todo mundo tem suas fraquezas. Nem todo mundo aguenta ser feliz. Eu também preciso de uma Trégua…Fique com seus romances latinos;

Eu versifico com os meus poemas batidos:

O amor é bem mais do que isso…

[o amor é bem mais do que tudo isso; antônio]

domingo, 8 de dezembro de 2013

Salaam e Ishq


Cirandança 7 dez 2013
Dançar çar ! *---*
Foi LINDO, o Rafa estava Super orgulhoso, ganhamos a melhor coreô do ano e estão pensando em continuar no ano que vem, levar para outros lugares, estou contando os segundos! sz
A Ana chorou nas duas apresentações, teatro LOTADO! Mk, Nil e minha mãe estavam lá *-*
Uma das bailarinas da Companhia disse num dos ensaios -Eu quero dançar com vcs! *-*
Tão gostoso!! Dia Maravilhoso!
Tremi que nem vara verde, mas deu tudo certo sz

sábado, 26 de outubro de 2013

ver(de) saudade

Xuxu,

Só hoje percebi
essa minha fixação por tons...


O número 74 da minha caixinha de lápis de cor 
é o único que me acompanha.
A mesma cor 
do rio,
de Janeiro

em janeiro, do ano em que te perdi
Onde o mar dos teus olhos

inundaram os meus...

É triste, mas
a cor dos teus olhos, me cai muito bem!


Hoje, os únicos olhos que vejo 
são os meus,
refletidos na parede, que um dia

foram da cor dos teus.

domingo, 20 de outubro de 2013

Febre amarela


Triste é essa febre amarela
Pensar que todos amam ela
que todos os poemas são para ela

Há outros amores,
Beija-flores
que cheiram outras flores.

Triste é quando um poema de amor vira saudade...
Bonito é ter um Poema correspondido.

sábado, 19 de outubro de 2013

miocárdio mudo


Antes era muda,
Agora sou mu-
dança.

(A palavra que não coube na mesma linha)

domingo, 13 de outubro de 2013

 


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